Humanos X Sistema (NOVEL) - Capítulo 13
Sentado à mesa, Kytes se depara com algo que nunca imaginou, o café acabou! Com o cérebro a todo vapor buscando uma solução para isso, veio-lhe a mente a última esperança.
– Muito bem! – Disse Kytes ao dar um tapa sobre a mesa e se levantar da cadeira.
– O que você pretende? – Perguntou calmamente Corlin, saboreando o ultimo pão de queijo da bandeja.
– Existe uma última chance…
– Estamos de saída?
– Sim. Vocês dois podem fazer como desejaram, mas se quiserem me seguir, se preparem para guerrear até a morte. – Comentou Kytes para Elena e Cássio.
Kytes se virou e começou a andar, Corlin se levantou e o seguiu como se fosse algo normal. Os outros dois ficaram pensativos por alguns instantes, mas logo se levantaram e o seguiram.
– Aproposito, a onde nos vamos? – Perguntou Corlin, eles já estavam passando da porta.
– Lembra de quando eu entrei no palácio? – Respondeu Kytes.
– Aconteceu ontem…
– Bem, eu fiz alguém de lá de dentro ficar me devendo, tá na hora de cobrar o favor.
– … É bom saber que você trabalha de agiota.
Eles andaram até o palácio, já na entrada, foram barrados, mas com um pouco de lábia, Kytes conseguiu passar sem fazer nenhuma vitima. Em um deslumbrante salão, com um trono marcando seu centro, a onde se sentava um Rei de barba e cabelos negros, além de ter olhos afiados, com uma coroa sobre sua cabeça, ele tinha uma expressão sombria, mas sem nenhuma hostilidade.
– Bom dia, como que vai? – Abordou Kytes.
– … Quem é você? – Respondeu o Rei.
– Oi, oi, quer dizer que ele nem te conhece? – Comentou Corlin para Kytes com um olhar de repudio.
– Bem, eu já ia me esquecendo, quando você se torna uma alma penada não consegue ver nada, e por isso permanece no mesmo lugar, mas você deve se lembrar de mim… ou melhor. – Kytes estendeu sua mão mais adiante, em seguida uma chama negra surgiu em sua mão. – Você deve se lembrar da presença dessa coisa.
O Rei ficou em silêncio. Aquela presença foi uma grande companheira quando estava morto, era como uma neblina, que não lhe deixava andar para canto algum, mas no fim, foi ela que o levou de volta ao mundo dos vivos.
– Não tem como esquecer disso… – Disse o Rei. – Então me diga, do que precisa?
– Estou aqui para negociar. – Respondeu Kytes.
– Foi mal, to falido! – Respondeu o Rei.
– Mas não eram vocês que exportavam alimento!? – Intrometeu-se Corlin, o Rei soltou um grande suspiro.
– Realmente, mas aquele que estava ocupando meu trono fez o maior erro eu poderia… o imbecil vendeu sementes, agora não tenho mais o que vender.
– Faz sentido… – Comentou Kytes. – Porém, eu ainda tenho uma proposta para você.
– Diga, sou todos ouvidos. – Respondeu o Rei.
– Eu tenho duas plantas comigo, elas certamente viraram o jogo ao seu favor.
– … Me parece suspeito.
– Não se preocupa, não é maconha. – Kytes tirou de debaixo de sua camisa uma semente de café e junto dela um gomo de cana de açúcar e ás mostrou ao Rei. – Não importa a onde vão, essas duas coisinhas são incomparáveis.
– Isso é algo realmente valioso, nosso café e açúcar são sintéticos e não tem um gosto realmente bom, realmente não tenho como pagar por isso. – Respondeu o Rei.
– É claro que tem.
– A onde você quer chegar?
– Minha intuição está dizendo que as coisas nesse mundo vão esquentar muito, eventualmente eu preciso me aliar a um povo para que possa brandar minha bandeira. – Disse Kytes, enquanto guardava as sementes.
– Então você quer uma aliança?
– Eu preciso de uma, mas os seus soldados não chegam nem aos pés daqueles que treinei, se eu fizesse uma simples aliança, meus inimigos viriam até aqui e dizimariam tudo.
– … Mas mesmo sabendo disso tudo, você ainda fez a proposta.
– Exatamente, o que lhe peço é simples: Me deixe treinar seus soldados até o ápice, em troca, você se aliará ao meu reino.
– … Tenho certeza que você já veio cá sabendo, eu não tenho como recusar tal pedido.
– Então para formalizar isso, devemos plantar a semente de café, deve ser em um lugar aberto.
– Bem, eu tenho um local em mente… fica no meio da plantação.
O Rei se juntou ao Kytes e sua turma, partiu viagem escolar! Brincadeira a parte, tá meio chato escrever isso, então acabei fazendo isso no meio do capítulo. Continuando, eles caminharam até uma plantação de frutas, todas as arvores estavam mortas sem o sol, era uma visão triste e sem cor.
– É ali! – Disse o Rei enquanto apontava para uma área, que diferente das outras, estava vazia e limpa.
– Entendi. – Comentou Kytes enquanto ia caminhando até o local, até que ele parou de andar. – Rei, eu devo te dizer isso, após o momento que eu plantar essa semente, não terá mais volta.
– E se você não plantar, meu povo morre! Você ainda tem dúvida de qual eu vou escolher?! – Retrucou o Rei.
Kytes deu uma risada sem jeito e continuou a andar. – Só espero que não se arrependa. – Sussurrou Kytes para si mesmo.
Kytes cavou um pequeno buraco naquele solo frágil e colocou a semente dentro, em seguida, simplesmente a tampou com a terra que haveria retirado. Depois voltou a caminhar em direção ao Rei, logo os dois ficaram lado a lado.
– Faça as honras. – Disse Kytes.
– Muito bem, eu realmente não esperava poder usar esse poder de comandar as plantas novamente, mas vamos lá.
O Rei estendeu sua mão rente aquela semente, e sem nenhum esforço, fez com que ela florescesse um gigantesco pé de café, muito maior do que qualquer um já visto anteriormente, sua casca era muito mais negra que o de costume, e ele estava transbordando frutos em seus galhos, estes que eram muito grossos que o de costume.