Humanos X Sistema (NOVEL) - Capítulo 20
Ambos, com seus punhos freados, Gabriel e Nero se encaravam como se um olhasse para a alma do outro. O sorriso de Nero ia de orelha a orelha, e ele logo desferiu uma joelhada no estômago de Gabriel, sendo forte o suficiente para fazê-lo afrouxar as mãos. Nero não parou por ai, e logo com seu punho direito socou o rosto de Gabriel, o qual foi jogado para longe sem chance de defesa.
– Oi, oi, você tá brincando comigo? Você absorveu a alma daquela que controlava o tempo, e mesmo assim é tão fraco? – Comentou Nero. – Dessa maneira, não poderei nem ir com tudo.
Gabriel se levantou todo torto, sua face era como a de um morto e sua pele começou a ficar totalmente preta. Ele correu em direção a Nero, e sua velocidade estava mais do que dobrada. Socando com toda sua força, Gabriel viu o inimigo desviar com um rosto que o desprezava. Novamente Nero desferiu uma joelhada no estômago, mas que foi impedida por uma das mãos Gabriel, só que, como se esperasse aquilo, Nero deu uma cabeçada nele que o cravou no chão.
– Entendi, você está se contendo… – Disse Nero.
Nero o pegou pelos cabelos e o ergueu com sua mão esquerda. Em seguida, com sua mão direita, deu um soco que quebrou lhe o pescoço, logo desferiu um chute na barriga que o partiu em dois.
– Pfft! Você não passa de uma farsa! – Afirmou Nero enquanto dava suas costas.
Era como se a escuridão surgisse atrás de Nero, uma presença inestimável surgiu e se ergueu, antes que ele pudesse virar para confrontá-la, teve suas costas perfuradas por um braço, que fechava e abria a mão continuamente. Nero tentou se mover, mas era como se sua alma estivesse presa e mesmo após ele tentar se dissolver, não era capaz de escapar.
– Que droga é essa? – Perguntou Nero. – Ah, finalmente entendi. Você é alguém que mata exércitos, por isso tá tendo dificuldade com apenas uma pessoa.
Gabriel ergueu seu braço cortando Nero, infelizmente, aquilo não seria o suficiente para matar aquele bastardo. Ele se regenerou e voltou com tudo, atacando Gabriel com uma rajada de socos que não tinha fim, assim, o colocando em uma posição totalmente defensiva. Gabriel ergueu o braço e tentou acertá-lo com um golpe, mas foi impedido quando um dos socos lhe acertou o queixo.
– O que foi?! Isso é tudo?! – Perguntou Nero sem parar de socar.
Os olhos de Gabriel brilharam em vermelho vibrante, ele ergueu seu rosto em direção aos céus e a partir dai seu corpo se recusou a dar um passo se quer atrás, era como se tivesse se transformada em uma muralha, nenhum ataque de Nero era efetivo, e por isso ele fechou a guarda e saltou para trás.
– O que foi? Isso é tudo que você tem? – Perguntou Gabriel.
– … – Nero respondeu com silêncio, a aura daquele diante dele estava completamente diferente de antes.
– Muito bem, aqui vou eu! – Afirmou Gabriel.
A distância entre eles foi quebrada em um segundo, Gabriel socou Nero pelo lado como se estivesse brincando. Nero havia tido reflexos e tentou defender, ele foi arremessado para longe, sem grandes problemas. Sua experiência de combate dizia em alto e bom som: “Um erro é o suficiente para sua morte.” Sua maior vantagem estava em que os inimigos não podiam realmente tocá-lo, porém isso se tornava inútil se ele fosse desintegrado graças ao poder alheio.
– O que foi? Eu nem estou usando poder da alma ainda. – Comentou Gabriel sarcasticamente.
– Maldito! – Gritou Nero enquanto corria em sua direção com o punho direito alto.
Quando nero se aproximou, tomou um soco no estômago sem ser capaz de reagir. Aquela sua aparência inconstante se desfez deixando apenas uma pessoa comum, era como se tivesse retornando ao seu estado original, em seguida ele cuspiu sangue e foi arremessado para longe.
Nero parou na parede feita por Cássio, e um sorriso de lado nasceu em seu rosto. Satisfação de após tanto tempo, algum inimigo foi capaz de obrigá-lo a voltar para aquela forma. Nero foi uma pessoa amaldiçoada a ter eternamente 1,55cm de altura, e por esse motivo tomava aquela forma para ser mais alto, porém quando o fazia, 90% de seu poder era consumido.
– Kekekeke, vamos fazer o seguinte, por que não brincamos de punho de ferro? – Perguntou Nero.
– Interessante, o clássico jogo onde perdedor se torna subordinado do outro por toda a eternidade, mas tem certeza que tem poder o suficiente para fazer o contrato? – Perguntou Gabriel sarcasticamente.
– Isso vai ser realmente divertido. – Disse Nero enquanto se levantava, – Eu, Nero AZM, entrego minha alma ao jogo do punho de ferro! – Em seguida, uma grande esfera branca surgiu entre eles.
– Eu. – Gabriel começou a falar. – Gabriel Nascimento Pereira, aquele em que um futuro chamarão de Kytes, entrego minha alma ao jogo do punho de ferro!
A esfera brilhou em cor dourada e logo os dois começaram a se atacar. Dentro das proteções feitas por Cássio, não podia se ver nada, a poeira tampou qualquer chance de observar o que havia lá dentro, só se ouvia altos sons estrondosos, socos colidindo e ossos quebrando. Poucos segundos depois, quando uma cratera havia se aberto, foi possível ver. Nero tinha sangue por todo o corpo, mas Gabriel estava ao chão desmaiado com punho de Nero rente ao seu rosto.