Humanos X Sistema (NOVEL) - Capítulo 4
Humanos X Sistema
Autor: Cueio Crackeado
Revisor: Shmeblock
Após a pequena conversa, chegou a hora de ir à cidade, mas entre a dupla Kytes-Corlin e seu objetivo, havia um grande muro. Com 20 metros de altura, era feito de grandes pedras e concreto, parecendo ter sido feito há algumas décadas.
Em cima do muro havia uma base para soldados, algo parecido com um mini cômodo de pedra, onde curiosamente ninguém montava guarda. A dez metros de distância do muro, Corlin encarava calmamente a barreira, enquanto Kytes solenemente pensava em uma solução, com uma mão no queixo.
Nesse momento, Corlin decidiu perguntar:
– O que vamos fazer?
– Não sei exatamente… Você consegue fazer uma corda?
– No máximo conseguiria fazer fios, mas mesmo que desse meu melhor, ainda não ultrapassariam os 5 metros.
– Tudo bem, vai servir, apenas você precisa subir lá. Certamente há uma corda no muro, para caso os guardas precisarem descer rapidamente.
Kytes parou de acariciar seu queixo e se posicionou de forma confiante, enquanto Corlin parecia um pouco irritada.
– Ei! Você não me ouviu!? Só consigo fazer fios de 5 metros! E eles certamente rebentariam com meu peso!
– Kukuku… Vou te mostrar a melhor parte do meu poder, só preciso de 5 fios de 5 metros!
Corlin soltou um longo suspiro e aceitou o argumento de Kytes, pois sabia que a melhor opção para prosseguir em seu caminho seria confiar nele. Mesmo desanimada, ela assentiu.
Ela se sentou e começou a fazer os 5 fios. Foi ridiculamente difícil e ela demorou 2 horas, ficando totalmente esgotada, com energia suficiente apenas para fugir caso Kytes tentasse algo. Ela se levantou e testou a resistência dos fios, eles eram incrivelmente resistentes, mas não o suficiente para aguentar seu peso de ## quilogramas.
(N/A : Eu ia botar o peso dela, mas ela brotou aqui querendo arrancar minha carcaça.)
Era evidente a grande quantidade de suor na testa e pernas de Corlin, com seu jaleco também encharcado. Cansada, ela estendeu a mão com os fios na direção de Kytes. Este, na verdade estava dormindo sentado sobre uma pedra… Corlin, ao perceber isso, rapidamente se aproximou e lhe socou em sua cabeça.
Kytes simplesmente era incapaz de se defender. Levando o soco, ele foi jogado no chão e rapidamente se recompôs, levantando-se, ainda meio sonolento. Ele bocejou levemente enquanto olhava para Corlin.
– O que você está fazendo? – Kytes perguntou no meio bocejo.
– Você estava dormindo enquanto eu me esforçava! – Corlin estava indignada.
– O que você queria? – Kytes perguntou, provocando Corlin – Que eu ficasse olhando suas lindas pernas sendo acariciadas pelo meu bom e velho amigo suor?
– Morra! – Corlin estava verdadeiramente brava e indignada.
– De qualquer forma, me dá o fio aí.
– Tsk!
O sangue de Corlin fervia quando entregou os fios para Kytes, mas por enquanto não era uma questão de vida ou morte. Enquanto ela o observava, Corlin perguntou:
– O que você pretende?
– Você verá em um instante – Kytes parecia confiante quando pegou os fios com o braço direito.
Ao contrário das expectativas de Corlin, quando os fios tocaram a pele de Kytes, eles diluíram como água e entraram em sua carne. Instantes depois, eles saíram no braço esquerdo, só que mais grossos e firmes, e com um gancho na ponta. Os fios definitivamente se transformaram em uma corda.
Corlin ficou espantada e curiosa ao mesmo tempo.
– De onde saiu esse gancho?
– Os fios eram resistentes, então deu para fazer. Você realmente fez um bom trabalho os criando.
– Sei.
Corlin disse enquanto cruzava os braços e virava o rosto.
– Hê…?
Kytes soltou um longo suspiro e ficou sério novamente enquanto olhava cautelosamente para Corlin.
– Você também notou, né? Tome cuidado lá em cima, um soldado só abandona seu posto quando algo grave acontece.
Corlin descruzou os braços e ficou em alerta.
– Sim.
Kytes pegou a corda e a girou no ar para pegar impulso, então a jogou em cima do muro. Graças ao gancho, ela ficou presa corretamente. Sem dizer nada, Corlin começou a subir pela corda enquanto Kytes apenas observou sua bela, redonda e graciosa bunda.
– Que saudade das saias… – Kytes suspirou e murmurou consigo mesmo.
– Ei! O que você disse?!
– Nada não.
No fim, assim como ele havia deduzido, lá havia uma corda mais firme, a qual ela jogou para Kytes. Ele também subiu sem dizer nenhuma palavra. Em cima do muro era possível ver a cidade: suas ruas eram feitas de pedras e curiosamente não haviam pessoas, parecendo uma cidade fantasma.
Porém, era impensável que ninguém vivesse ali, pois no chão haviam marcas de carruagens. Isso sem contar que todas as janelas das casas ridiculamente malcuidadas estavam fechadas e trancadas por dentro, como se os moradores estivessem se escondendo. Mais adiante podia-se ver um grande palácio que mostrava riqueza, uma riqueza que era ofuscada pela pobreza dos arredores.
Em cima do muro, Kytes, com sua visão magnífica, viu uma cena que o incomodou: na frente do grande palácio que aparentava ter sido reformado há pouco tempo, havia um soldado e uma criança.
De primeira vista já podia-se dizer que o soldado era de patente alta, por causa das inúmeras insígnias que tinham em seu uniforme marrom composto por um colete e saia, semelhante uniforme romano.
A criança, que usava vestes rasgadas e imundas, caminhava lentamente até o soldado. Quando chegou perto do soldado, este não hesitou e rapidamente a decapitou com uma espada.
Kytes estava realmente irritado com aquela situação, mas preferiu não demonstrar seus sentimentos. Enquanto isso, Corlin não estava ciente do que ocorreu no palácio, já que estava bem longe. Ela, por algum outro motivo, demonstrava estar incomodada com aquele lugar, parecia ansiosa e meio abalada. Qualquer coisa que lhe fosse perguntada sobre aquele lugar, seria com certeza respondida sem hesitação.
– Corlin, me tira uma dúvida, essa área também é dominada pelos cientistas?
– Eles têm influência, mas não podem fazer o que bem quiserem. Essa área pertence a um tirano que não se importa com seu povo. Sinceramente, ele é a encarnação da luxúria. No início de seu reinado, ele sequestrou a maior parte das plebeias e as transformou em suas escravas sexuais. Este é homem se apossou do trono, uma escória da humanidade. O antigo Rei era um grande aliado e um bom homem. Diferente do novo Rei, que trata qualquer um que não seja de sua família como escravo.
Kytes sentiu uma chama ardendo em seu peito e então decidiu como prosseguir, tentando disfarçar sua raiva.
– Fico feliz de ouvir isso, agora posso matá-lo sem remorsos. – Kytes disse friamente.
– … – Vendo a expressão de Kytes, Corlin não disse nada.
– Tamo pulando!
– Sim!
Corlin e Kytes pularam de cima do muro e pousaram no chão sem nenhum ferimento. Isso se deve às mudanças ocorridas no corpo humano após a explosão do sistema. Humanos afetados por essa explosão possuem resistência, velocidade, regeneração e entre outros aspectos melhorados, com cada um variando de pessoa para pessoa.
Kytes e Corlin estavam indo em direção ao palácio com os olhos bem abertos e esperando qualquer espécie de ataque, quando uma jovem os interceptou. Ela tinha pele clara e se vestia como uma amazona: usava uma saia que acabava antes do joelho e um colete com uma camisa por baixo, tudo feito de couro, exceto sua camisa de pano. Sua espada embainhada entregava que ela era um soldado.
– Parem aí mesmo! – Ela gritou.
Kytes e Corlin apenas a encararam, sem fazer nenhum movimento extravagante, apenas o som do leve vento era ouvido após o berro da jovem.
Tudo aconteceu em um instante. Kytes havia se movido tão rápido quanto um carro de fórmula 1, e antes que a jovem pudesse reagir, ele roubou-lhe a espada e a pressionou contra o pescoço da garota. Uma leve quantidade de sangue começou a escorrer do corte, e ela ouviu Kytes dizendo em um tom pesado:
– Agora não é uma boa hora. Alguém como você não tem o mínimo de chance contra mim, se ficar no meu caminho, a morte será um belo sonho perto do que lhe acontecerá.
A moça sentiu um calafrio percorrer sua espinha e um arrepio a espalhar-se por todo o corpo.
– Admito, você me venceu. – Ela levantou as mãos, em derrota.
Nesse momento, ela acreditou que Kytes abaixaria sua guarda, mas a garota não esperava que ele era um guerreiro de longa data. Com apenas uma mão, Kytes rapidamente golpeou o pescoço da jovem, fazendo-a desmaiar a cair no chão.
– Vamos continuar.
– Tá.