Humanos X Sistema (NOVEL) - Capítulo 14
Com o pé de café tão diferente diante deles, tudo o que aquelas pessoas foram capazes de fazer foi encará-lo de maneira perplexa. Kytes estava indiferente, foi quando Cássio observou algo de diferente na arvore. Uma parte dela estava deslocando lentamente.
– Aquela arvore não está estranha? – Perguntou Cássio.
– Bem… é um portal no fim das contas. – Respondeu Kytes.
– Quê?! – Todas as pessoas ali perguntaram o mesmo, como assim aquilo era um portal?
– Vocês vão entender logo, só esperar aqueles malditos virem.
Foi com o terminar das palavras de Kytes que a arvore começou a tremer em grande escala, como uma explosão, uma grande faixa de luz se iniciou, e carcaças da arvore voaram para longe. Quando a luz começava a se dissipar, foi possível ver duas silhuetas.
– Demoraram em, seus imbecis. – Comentou Kytes.
– Oi, oi, calma lá, viemos o quão rápido podíamos. – Comentou um deles com um tom preguiçoso.
– Mas ai, não tá faltando um?
– O Nero não pode vir, tá quase tendo uma guerra civil na área dele. – Intrometeu a outra silhueta.
– … Se ele ficou, não tem problema, vocês dois são mais que o suficiente. Serturius, o caçador de calangos e On1p, o soldado sem nome.
Nessa hora, já era possível ver claramente a aparência daqueles dois. Um deles vestia uma grande armadura negra, que tampava todo seu corpo, com uma longa espada embainhada em sua costa, tinha um ar misterioso ao seu redor, junto de seu elmo que deixava apenas seus olhos brilhantes à mostra, este era Serturius.
Por outro lado, a segunda pessoa era bem diferente, com olhos pequenos e solenes, não tinha um ar amedrontador ou algo do tipo, com um cabelo que chegava aos ombros, ele vestia uma roupa casual, uma calça moletom e uma camisa laranja, este era aquele chamado de On1p.
– Essa daí é ela?… – Perguntou On1p com um tom preguiçoso enquanto olhava para Corlin.
– Sim. – Respondeu Kytes.
– Então tá… – Disse On1p. Corlin observou meio confusa. – Mas fala ai, Kytes, por que a gente tá aqui?
– Tem guerra chegando, meu caro.
– Vai ter lagarto?! – Perguntou Serturius animado.
– Não sei mano, talvez tenha. – Respondeu Kytes.
– Isso ai! Faz uma cara que eu não caço alguns!
– A personalidade dele é bem contraditória com sua aparência… – Comentou Corlin.
– Bem, de qualquer forma, ainda temos um tempo antes de começarmos a fazer as coisas. Ei, Serturius, você trouxe?
– Obviamente, não tem como celebrarmos uma aliança sem a graciosa. – Respondeu Serturius.
– Rei, reúna a cidade inteira, porque hoje nós vamos beber até cair! – Disse Kytes.
O tempo que se passou após isso foi de festa, o Rei reuniu toda a cidade e beberam um vinho trazido por Serturius, comida foi lhes foi dada como se não houvesse amanhã, ou seria melhor dizer, como se aquilo não fizesse falta. Com o passar do tempo, Kytes, Serturius e On1p acabaram se reunindo, como não tinham nada a se fazer, sentaram se rente à uma mesa de madeira, e um deles retirou a coisa mais lendária de todas, aquela que certa vez fez melhores amigos se tornarem os maiores inimigos, eles botaram na mesa o UNO, o baralho que atravessou o tempo.
– Duas partidas sem perder a amizade? – Perguntou Kytes.
– Só vamos. – Respondeu Serturius.
– Acho que é uma boa, podemos conversar enquanto jogamos. – Respondeu On1p enquanto olhava o vento além da janela que estava ao seu lado, Kytes lhe encarou levemente.
O baralho foi embaralhado e as cartas foram dadas, Kytes estava com uma mão boa, como conhecia Serturius e viu que ele estava em silêncio de mais, logo notou que sua mão estava ruim, já On1p estava indiferente.
– Kytes, o que você acha que destruiu esse mundo? – Perguntou On1p.
– A primeira vista parece um ataque do sistema, mas não posso dizer que foi isso com certeza. – Disse Kytes, após mandar um 4 vermelho, logo chegou a vez de On1p, o qual não tinha nenhum vermelho então pegou uma carta do baralho.
– Você já deve saber, mas você não foi jogado nesse mundo por acaso, mesmo que eu tentasse entrar nessa atmosfera a força, não existe garantia que sairia ileso. – Comentou ele após jogar um +4.
– Oi, seu maldito, quer morrer?! – Perguntou Serturius.
– Pare de show, eu sei que você tem um +4 ai. – Retrucou On1p.
Serturius mandou outro +4 que faria um +8 para Kytes.
– Foi mal ai, mas eu também tenho um. – Respondeu Kytes, sobrou tudo para On1p.
– Acho que deveríamos parar com isso… não tem como jogarmos UNO, ao menos não mais… – Disse On1p e jogou suas cartas sobre a mesa, todas eram +4, logo tirou um cigarro e um esqueiro do bolso, em seguida começou a fumar.
– Você não sabe nem brincar… mas eu devo dizer, o jogo que vamos enfrentar nesse mundo, provavelmente vai ser o mais difícil de todos, por isso eu os trouxe, quero que vocês treinem o pessoal desse reino.
– Bem, não é como se tivéssemos opção de recusar. – Disse On1p, enquanto encarava o vento levar a fumaça que seu cigarro soltava.