Humanos X Sistema (NOVEL) - Capítulo 3
Kytes corria disparado, quando chegou ao fim do túnel; percebendo isso, ele deu uma freada brusca com o corpo curvado um pouco para trás; no caminho o qual ele estava freando, de aproximadamente 8 metros, levantou uma grande cortina de poeira. Ele havia parado no momento certo, pois, estava diante de um gigantesco penhasco, se demorasse mais um segundo para frear, ele cairia ladeira a baixo.
O túnel levou para um enorme penhasco de mais de 200 metros de altura, o seu terreno é rochoso e formidável, o ar é bastante pesado, o que faz um humano comum ter bastante dificuldade para respirar, mas para Kytes e Corlin não é um problema, os dois foram atingido por uma “coisa” que lhes deram uma resistência sobre humana e alguns poderes sobrenaturais.
Embora o ar daquele lugar sendo pesado, para eles não é nada. A vista do penhasco era linda, mas terminava graças ao fundo de terra que mostrava que os dois estavam dentro de uma gigantesca caverna. O penhasco era incrivelmente firme, pois, estava fixo ali a centenas de anos, ele é inclinado a 60 graus, em seu pé há uma grande cidade iluminada por postes.
Ao olhar para cima, não é possível ver o lindo e belo céu azul, só pode ser visto enormes estalactites pregadas no teto, que é formado de terra e pedra. A quilômetros a frente de Kytes, esta a grande parede de terra, a qual está com algumas partes encobertas por uma leve neblina. Kytes está ofegando e suando, graças a corrida de agora a pouco; ao perceber que estava em uma caverna, ele colocou Corlin no chão e seu rosto alegre se tornou sério.
– Isso aqui não é apenas uma prisão, não é?
Corlin já em pé, teve seu rosto se entristecendo, enquanto abaixava um pouco a cabeça, ela levava sua mão direita para segurar o seu braço esquerdo.
– Então você já percebeu.
– O que diabos aconteceu para a humanidade se esconder como toupeiras?
Corlin atordoada e depressiva, se sentou ali no chão e começou a contar.
Depois da primeira aparição do Sistema, onde você e o Brasil foram atingidos pela explosão, as coisas só pioraram. O Brasil sendo destruído em um piscar de olhos, acabou sendo um belo sonho em comparação ao que estava por vir. Muitos cientistas viajaram para o Brasil, em busca de uma resposta para o ocorrido, mas o que eles viram foi inesperado.
Aquele país foi tomado por feras monstruosas, não se podia ver nenhum sinal de vida humana, após muita discussão, os cientistas pousaram em uma cidade do interior com seus helicópteros, eventualmente la encontraram sangue de uma das feras, porém, o D.N.A era de um humano. Vendo aquela situação, os países começaram a acreditar que aquilo era obra de uma nova arma química que alterava a sequencia genética, eventualmente eles ordenaram que soldados atacassem os monstros e começaram a investigar uns aos outros.
No fim, as armas dos soldados eram ineficazes, eles até conseguiram matar alguns mais fracos, mas já outros mais fortes… Diante daquilo, tudo que podíamos fazer era recuar, todos os países retiraram seus soldados do campo de batalha, e focaram em se defender, como a maior fonte de importação de alimento havia sido destruída, a fome começou a se espalhar de maneira colossal. Poucos dias se passaram e as pessoas começaram a guerrear por comida, milhares morreram e a produção de tecnologia foi gravemente afetada, graças a perda iminente de trabalhadores.
As feras começaram a se espalhar pela América Latina, quando você retornou. Diante daquele país composto de feras, você caiu no centro, e como na velocidade em que o Brasil foi destruído, você dizimou 100 mil monstros. Aquilo foi o suficiente para acender a chama da esperança que jaz no peito de todo ser humano, porém, assim como você veio, você foi embora, o que fez muitos acreditarem que aquilo era uma falsa esperança, mas por outro lado, pessoas com poderes começaram a se reerguer por todo o mundo.
Não demorou até que as grandes nações caíssem na mão dos mais poderosos. Ditaduras, monarquias e tudo mais, pairaram novamente sobre o ombro da humanidade, na busca de poder, os mais fortes se uniram para oprimir os mais fracos, guerra entre nações se tornou algo comum, nem a primeira e segunda guerra mundial juntas, chegariam aos pés dessa. O número de mortos foi incalculável, porém, certamente ultrapassou a marca dos 3 Bilhões.
Com medo e sem pessoas poderosas, a nação a que pertenço veio para o subterrâneo, onde fizemos coisas horríveis, trancafiamos 30.000 mil pessoas e as torturamos atrás da essência Zettai, mas para quê?! Mesmo com ela, não seriamos capazes enfrentar as nações do novo mundo! Aconteceu que nós apenas estamos nos iludindo aqui em baixo…
A tristeza de Corlin era evidente em seu rosto, assim como as sutis lagrimas que enchiam seu olho, Kytes tirou aquele sorriso sério do rosto e deu um longo suspiro relaxado.
– Agora você quer ficar deprimida?! Ao invés de ficar com essa cara de cão sem dono, levante-se! Como eu tenho parte da culpa disso tudo, eu vou te ajudar a erguer esse lugar!
Ao ouvir as palavras de Kytes, Corlin sentiu como se algo novo nasce-se dentro dela, uma emoção alegre e acolhedora, mas que também tinha um sentimento de incomodo. Corlin não faz ideia do por que está incomodada, mas rapidamente piscou seus olhos para expulsar aquelas lagrimas e se levantou tomando uma posição firme e confiante.
Corlin havia se recomposto, e com uma determinação inabalável encarou o mundo diante de ti. Kytes vendo aquela situação, deu um leve sorriso de lado. Como um raio ele foi correndo e abraçou as pernas de Corlin, rapidamente estendeu seu corpo, ainda enquanto Corlin tentava entender o que acontecia, ele saltou do penhasco ladeira a baixo.
– AAAAAAAAAAAAAAA!
Corlin gritou, enquanto Kytes descia a ladeira correndo com um grande sorriso no rosto. Naquele momento, a pouca consideração que ele tinha acabado de ganhar da linda senhorita, foi esmagadoramente destruída. Alguns segundos se passaram até que eles chegaram ao fim da montanha, durante esse tempo, Corlin ficou incrivelmente afobada. Kytes a colocou no chão, ela estava bufando com as mãos no joelho.
– Nunca mais!… Faça isso!…
– Foi mal, eu fiquei preocupada caso você se machucasse.
– Você realmente acha que uma desculpa dessas vai funcionar?!
– Funcionou com todas as outras garotas.
Naquele momento, Corlin ficou realmente irritada, ele estava falando que ela era apenas mais uma garota comum?
– Tsk!
– Sem contar que se você morrer, o pastel de “flango” vai pra casa do caralho!
Kytes mal terminou de profanar tal frase, e já havia um kunai indo em direção a sua cabeça, Corlin havia pegado uma kunai e partido em investida contra Kytes, seu ódio naquele momento era intenso. Porém, Kytes é ágil e rapidamente percebeu o ato de Corlin, ele conseguiu se defender, segurando a kunai com duas mãos impedindo que Corlin arrancasse sua cabeça, logo ele disse:
– Calma lá! Calma lá! É pegadinha carai!
Corlin soltou um longo suspiro e se acalmou, ela retomou a conversa enquanto voltava ao seu habitual.
– Se a gente vai trabalhar junto, precisamos colocar tudo a mesa.
– Realmente, é problemático andar com alguém que eu sei apenas o nome.
– Resumindo, eu sou japonesa, em relação ao meu poder, basicamente eu consigo criar armas a qualquer momento.
– Então foi daí que veio a kunai…
– Você não vai se apresentar?!
– Bem, sobre mim, tudo o que você sabe está correto, vim da terra do café, Minas Gerais, e meu poder é controlar meu corpo ao meu bel prazer.